quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Auto do Túmulo de Anchieta

Bruno Neri (político), Dulce Lodi (Cidade de Vitória)
e Eduardo Valadares (Mestre Álvaro) na primeira apresentação do Auto

Escrita pelo pesquisador Luiz Guilherme Santos Neves, Auto do Túmulo de Anchieta é dotada de humor e situações inverossímeis características da farsa, seguindo o estilo literário do dramaturgo português Gil Vicente (1465 - 1536).

O auto utiliza personagens do passado (como Maria Ortiz, Frei Pedro Palácios e Padre José de Anchieta) e da atualidade (entre eles um trabalhador rural sem-terra, uma socialite e uma desfiadeira de siri) para tirar bons risos da plateia.

Tudo se desenrola a partir do lançamento de um edital para se concorrer a vagas no túmulo do Padre José de Anchieta. Os candidatos têm que apresentar variados documentos que comprovem suas virtudes. A mestre de cerimônia é denominada Cidade de Vitória e convoca uma comissão - a Comissão de Notáveis composta por Maria Ortiz, Frei Pedro Palácios e Mestre Álvaro – para avaliar os currículos dos candidatos.

Escolhida este ano pela Lei Vila Velha Cultura e Arte para realizar apresentações ao ar livre, a peça já teve duas apresentações em forma de leitura dramatizada durante o mês de maio de 2008. A primeira foi no dia 22, na Praça Pedro Valadares, na Barra do Jucu, em recepção aos andarilhos dos Passos de Anchieta. A segunda apresentação foi no dia 28 de maio, na Casa da Cultura e Cidadania de Vila Velha, para a Terceira Juventude da Barra do Jucu.

Personagens: Cidade de Vitória (Mestra de Cerimônia), Mestre Álvaro, Maria Ortiz e Frei Pedro Palácios (Comissão de Notáveis) e candidatos (Sem terra, Garota de programa, Político, Magistrado, Delegado de Polícia, Socialite, Penetra, Desfiadeira de Siri, Paneleira, Mestre de banda de Congo).
Ficha Técnica
Autor: Luiz Guilherme Santos Neves
Diretor: Paulo DePaula
Elenco: Dulce Lodi, Marilena Soneghet, Eduardo Valadares, Vitor Zucolotti, Paulo DePaula, Willian Terres/Newton Raposo, Roberta Soares, Aline Goltara, Bruno Neri, Cleverson Comarela, Jaime Nilson, Keyla Cristina, Alessandro Coelho, Edna Wigner, Anita Bonadiman e Pedro Cogo.
Participação: Banda de Congo Mirim Tambor de Jacaranema
Diretor de cena - Valmir Zatta
Figurinos: Zeiza Jorge


Do autor 
Em 1609, o padre José de Anchieta, falecido na aldeia de Reritiba, hoje cidade de Anchieta, teve seu corpo removido no ombro de índios para a vila de Vitória, onde foi sepultado num túmulo na igreja de São Tiago, hoje palácio Anchieta.

Logo depois, seus despojos foram retirados do túmulo e enviados para a Bahia. No Espírito Santo ficaria apenas uma tíbia, ainda conservada num estojo no museu da igreja de Nossa Senhora da Assunção, fundada pelos jesuítas em Anchieta. Desde então o túmulo do beato manteve-se vazio, mas conservou sua tradição de monumento histórico, patrimônio cultural do Estado do Espírito Santo.

Este auto tem como inspiração o nobre túmulo de Anchieta, embora tratado com um toque de farsa amena e risonha. Mas eu diria que também com um toque de carinho, sendo, pois, uma farsa amorável.

Luiz Guilherme(Vitória, 18 de outubro de 2005)

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