segunda-feira, 2 de junho de 2014

O Ovo de Ouro

Por Paulo Spurgeon DePaula

A peça Vovô Viu A Uva, de Valdemar Matos, nasceu estadualmente no VII Festival da FECAT (Federação Capixaba de Teatro), em Baixo Guandu. Depois de seu êxito ao ser escolhida e de ter participado do Festival, a peça foi agendada para o Theatro Carlos Gomes, em Vitória - ES, para o dia primeiro de junho de 2014. Pois nesse domingo à noite a jornalista Maura Fraga ficaria feliz de ver novamente cheia a plateia do Theatro Carlos Gomes, para assistir a uma comédia local.


Notava-se entre os funcionários do Theatro, desde a diretora Dulce ao bilheteiro, uma expressão de alegria, talvez surpresa até, de ver uma plateia tão cheia, num domingo à noite, para ver uma comédia de um grupo “de casa”, o grupo capixaba Atos de Teatro, com a competente direção de Walter Filho.

Seus atores formam um elenco energético, que usa o teatro como um jogo – a play. Entre eles Alessandro Rodrigues, Ed Junior, Danyelle Caetano e o personagem Jorgina, Jorja que alia o gestual a essa comédia que debocha da situação de uma família “nada tradicional”. Keyla Cristina – atriz escolhida pelo diretor Walter Filho, entre os atores do Teatro da Barra /ES, como atriz principal do enredo – representa a filha a quem o Velho Hipólito retorna, na sua velhice. Keyla se destaca por sua interpretação correta e capacidade de hábeis e rápidas trocas de roupa assim como, no seu papel, troca de “afeições”, fazendo outros jogos com os atores Alessandro Rodrigues, Hewerton Fraga e mesclando novos com Lamylle Mello.

O riso fácil é trazido pelo gestual de Jorgina, cujo apelido é Jorja, uma indicação de gênero. Sua voz, porém é fraca para o papel. Talvez a atriz combinasse melhor gesto-fala se procurasse obter outro tom de voz, digamos, talvez, a de um adolescente, para melhor combinar com seu personagem que é tão bem desenvolvido com exceção desse detalhe. Porém, não lhe falta mesmo um detalhe? Ora, o que importa isso a essa família confusa e permissiva? Não será o ovo de ouro do vovô, pois quem o herda... Confuso? Bem, vá ver a peça e descubra esse segredo de família.

4 comentários:

  1. É gratificante para qualquer Grupo Local por assim dizer subir ao palco do mais famoso e representativo do teatro capixaba que é o do Theatro Carlos Gomes; mais gratificante ainda é ter uma plateia cheia e entre tantos a presença do nosso ícone do teatro o Grande Mestre Paulo de Paula. E o que dizer quando o mesmo se permite a a fazer uma crônica sobre o espetáculo, enaltecendo e/ou fazendo observações construtivas sobre atores e personagens. É um amigo e um diretor que tenho, e estou saboreando cada palavra escrita. Paulo em nome do Grupo Atos de Teatro aceite minha deferência.

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  2. fico feliz em ver meus filhos crescendo e tomando rumo. O Teatro capixaba precisa de força, precisa de uma classe que seja mais unida e organizada. Assim teremos mais espetáculos com casa lotada. O mérito da casa é do grupo que se empenhou em divulgar e convidar... ainda temos uma divulgação local falha e uma arte pouco privilegiada, mas com força e determinação ganharemos nosso espaço. Faltam aos dirigentes públicos e sindicais olhares mais voltados para nós, classe que é unida nos pequenos grupos e separada em pequenos grupos!!!

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  3. Muito obrigada Paulo DePaula, por tamanhos elogios, cada um deles se triplica para mim por vir de sua pessoa, meu grande mestre muito obrigada. Estou muito emocionada!!!

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  4. Neste dia 1° de junho realizei um grande sonho como atriz em me apresentar no Teatro Carlos Gomes, estar naquele palco oficialmente interpretando e não fazendo uma abertura de peça, como aconteceu à alguns anos atras. Foi emocionante, estava entre amigos, entre familiares, estava radiante de alegria. Tão emocionante foi ler também esta crítica, esta opinião de alguém que entende do assunto, à partir do momento que comecei a ler fiquei meio trêmula, nervosa, empolgada, enfim, foi de fato muito prazeroso ser citada como um dos destaques, se assim posso dizer. Um mero detalhe de voz, que a princípio pensei ser a altura da mesma (eu em particular tenho a necessidade de trabalhar a mesma para empoçar e fazer com que ela saia mais alta), mas percebi lá pela 3° vez que relia a crítica, que se tratava do tom, bom, o personagem é uma menina, não me sentiria de acordo em fazer um tom masculino, talvez eu possa fazer um tom aproximado para que a dúvida paire no ar, mas enfim, estou me sentindo nas nuvens, pois em anos de teatro nunca havia recebido um presente como este, de todo o meu coração quero agradecer à você Paulo DePaula por este presente, por ter olhado cada detalhe, por ter analisado cada gesto e por ter dado sua opinião de forma doce e objetiva, abraço.

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