Crônica
Sempre vi em Hebe Camargo um canarinho: sua plumagem, sua agilidade, sua voz... E eis que ontem, calou-se a voz de Hebe Camargo, e neste domingo, 30 de setembro de 2012, todo o Brasil reverencia a pessoa humana que foi essa grande figura brasileira do “show business”, dos últimos dois séculos.
Claro que a
TV - da qual foi pioneira e a primeira mulher a ser apresentadora - muito
colaborou para a sua popularidade. Mas, “a TV vê tudo”, e ninguém se torna tão
amada como Hebe o foi, sem seus atributos. Exatamente, às vezes, até por
cometer o que seria algo “politicamente incorreto”, ou um simples, “faux pas” como
os seus empurrões no ombro de Luan Santana, quando entrevistado por ela, ao ser
lançado nacionalmente como cantor, aos 18 anos.Sempre vi em Hebe Camargo um canarinho: sua plumagem, sua agilidade, sua voz... E eis que ontem, calou-se a voz de Hebe Camargo, e neste domingo, 30 de setembro de 2012, todo o Brasil reverencia a pessoa humana que foi essa grande figura brasileira do “show business”, dos últimos dois séculos.
Sua naturalidade era sua marca. Hebe era Hebe. Inconfundível.
Atriz? Sim, uma comediante que, mesmo como tal, (em trecho de peça de Shakespeare), não se continha com as pândegas de Romeu, o humorista Golias, e ela, Julieta, morta, obviamente prendia seu riso – sempre tão solto!
Claro que, por um prisma, isto seria inadmissível para uma atriz. No caso de Hebe, porém, grande parte do público riu com ela, e se acotovelou ao dizer, entre risos: “Hebe não se aguenta. Olha, Julieta morta, e rindo!”.
Não mais veremos Hebe “ao vivo”. Mas seu calor, sua brasilidade, seu amor e dedicação ao trabalho e ao público, resultaram em uma contagiante alegria que perdurará na lembrança e nos brasileirismos que ela criou: “dar um selinho” (um leve beijo na boca), “lindo de viver” - (antes era “lindo de morrer”), e “gracinha”, por exemplo, termo usado por ela para demonstrar carinho especial por alguém.
Assim, Hebe, você continua e continuará conosco, como exemplo de sinceridade, franqueza, amor ao próximo e, como um canarinho, na alegria de cantar e encantar a vida.
Paulo DePaula
Paulo, linda a crônica. Você resumiu muito bem todas as facetas dessa grande figura pública. Parabéns!
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