Por Paulo Spurgeon DePaula
A peça Vovô Viu A Uva, de Valdemar Matos, nasceu estadualmente no VII Festival da FECAT (Federação Capixaba de Teatro), em Baixo Guandu. Depois de seu êxito ao ser escolhida e de ter participado do Festival, a peça foi agendada para o Theatro Carlos Gomes, em Vitória - ES, para o dia primeiro de junho de 2014. Pois nesse domingo à noite a jornalista Maura Fraga ficaria feliz de ver novamente cheia a plateia do Theatro Carlos Gomes, para assistir a uma comédia local.
Notava-se entre os funcionários do Theatro, desde a diretora Dulce ao bilheteiro, uma expressão de alegria, talvez surpresa até, de ver uma plateia tão cheia, num domingo à noite, para ver uma comédia de um grupo “de casa”, o grupo capixaba Atos de Teatro, com a competente direção de Walter Filho.
Seus atores formam um elenco energético, que usa o teatro como um jogo – a play. Entre eles Alessandro Rodrigues, Ed Junior, Danyelle Caetano e o personagem Jorgina, Jorja que alia o gestual a essa comédia que debocha da situação de uma família “nada tradicional”. Keyla Cristina – atriz escolhida pelo diretor Walter Filho, entre os atores do Teatro da Barra /ES, como atriz principal do enredo – representa a filha a quem o Velho Hipólito retorna, na sua velhice. Keyla se destaca por sua interpretação correta e capacidade de hábeis e rápidas trocas de roupa assim como, no seu papel, troca de “afeições”, fazendo outros jogos com os atores Alessandro Rodrigues, Hewerton Fraga e mesclando novos com Lamylle Mello.
O riso fácil é trazido pelo gestual de Jorgina, cujo apelido é Jorja, uma indicação de gênero. Sua voz, porém é fraca para o papel. Talvez a atriz combinasse melhor gesto-fala se procurasse obter outro tom de voz, digamos, talvez, a de um adolescente, para melhor combinar com seu personagem que é tão bem desenvolvido com exceção desse detalhe. Porém, não lhe falta mesmo um detalhe? Ora, o que importa isso a essa família confusa e permissiva? Não será o ovo de ouro do vovô, pois quem o herda... Confuso? Bem, vá ver a peça e descubra esse segredo de família.
É gratificante para qualquer Grupo Local por assim dizer subir ao palco do mais famoso e representativo do teatro capixaba que é o do Theatro Carlos Gomes; mais gratificante ainda é ter uma plateia cheia e entre tantos a presença do nosso ícone do teatro o Grande Mestre Paulo de Paula. E o que dizer quando o mesmo se permite a a fazer uma crônica sobre o espetáculo, enaltecendo e/ou fazendo observações construtivas sobre atores e personagens. É um amigo e um diretor que tenho, e estou saboreando cada palavra escrita. Paulo em nome do Grupo Atos de Teatro aceite minha deferência.
ResponderExcluirfico feliz em ver meus filhos crescendo e tomando rumo. O Teatro capixaba precisa de força, precisa de uma classe que seja mais unida e organizada. Assim teremos mais espetáculos com casa lotada. O mérito da casa é do grupo que se empenhou em divulgar e convidar... ainda temos uma divulgação local falha e uma arte pouco privilegiada, mas com força e determinação ganharemos nosso espaço. Faltam aos dirigentes públicos e sindicais olhares mais voltados para nós, classe que é unida nos pequenos grupos e separada em pequenos grupos!!!
ResponderExcluirMuito obrigada Paulo DePaula, por tamanhos elogios, cada um deles se triplica para mim por vir de sua pessoa, meu grande mestre muito obrigada. Estou muito emocionada!!!
ResponderExcluirNeste dia 1° de junho realizei um grande sonho como atriz em me apresentar no Teatro Carlos Gomes, estar naquele palco oficialmente interpretando e não fazendo uma abertura de peça, como aconteceu à alguns anos atras. Foi emocionante, estava entre amigos, entre familiares, estava radiante de alegria. Tão emocionante foi ler também esta crítica, esta opinião de alguém que entende do assunto, à partir do momento que comecei a ler fiquei meio trêmula, nervosa, empolgada, enfim, foi de fato muito prazeroso ser citada como um dos destaques, se assim posso dizer. Um mero detalhe de voz, que a princípio pensei ser a altura da mesma (eu em particular tenho a necessidade de trabalhar a mesma para empoçar e fazer com que ela saia mais alta), mas percebi lá pela 3° vez que relia a crítica, que se tratava do tom, bom, o personagem é uma menina, não me sentiria de acordo em fazer um tom masculino, talvez eu possa fazer um tom aproximado para que a dúvida paire no ar, mas enfim, estou me sentindo nas nuvens, pois em anos de teatro nunca havia recebido um presente como este, de todo o meu coração quero agradecer à você Paulo DePaula por este presente, por ter olhado cada detalhe, por ter analisado cada gesto e por ter dado sua opinião de forma doce e objetiva, abraço.
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